sábado, 24 de abril de 2010
Leitura na Praça
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Um novo final para a Velhinha Contrabandista
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava na fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás. O pessoal da alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com moamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com quarenta anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha.
- Juro - respondeu o fiscal.
- É lambreta.
Autor: Sérgio Porto - Stanislaw Ponte Preta
Os alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos) do CEU Azul da Cor do Mar criaram um final diferente para essa crônica famosa no bate papo que tivemos sobre Crônicas na semana passada, veja a seguir.
— Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
— O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha.
— Juro - respondeu o fiscal.
— É uma areia especial que eu levo para o Paraguai. Lá, em um dos poucos bairros chique paraguaios, estou construindo uma mansão muito especial!
sábado, 10 de abril de 2010
Nuvens que se parecem com coisas
A Sociedade de Apreciação de Nuvens foi criada por Gavin Pretor-Pinney. Ele a abriu para membros do mundo inteiro, em: http://cloudappreciationsociety.org/
Craig Wood, de Leeds, na Inglaterra, mandou para o site da sociedade esta foto de uma nuvem que se parece com um coração flechado.
Esta foto foi mandada por Cory Funk, de Minnesota, nos Estados Unidos. Ela disse que a imagem apareceu no céu no dia de seu casamento.
Mike Rubin, de Hampshire, na Inglaterra, mandou esta foto de um cavalo a galope já um pouco esfumaçado.
Alguns amigos riem desse hobby de apreciar nuvens, mas o próprio Pretor-Pinney, de 36 anos, leva tudo com bom humor.
"Eu mesmo acho engraçado. É uma coisa divertida sentar-se e olhar para o céu, mas também é uma coisa muito séria", conta.
Esse dinossauro foi enviado à sociedade por Jon Ackroyd, do Canadá.
Anjo
Gavin Pretor-Pinney não tem tido muito tempo de olhar para o céu. Ele está escrevendo o livro The Cloud Spotters Guide (Guia para Observadores de Nuvens, numa tradução livre).
Gavin Pretor-Pinney diz que seu livro "vai ser para pessoas que gostam da idéia de serem capazes de reconhecer os diferentes tipos de nuvens e entender porque elas se formam. Também vai ser sobre a arte de localizar nuvens. E sobre nossa relação com as nuvens."
Para o poeta Ralph Waldo Emerson, "o céu é a melhor galeria de arte".
Gavin Pretor-Pinney, fundador da sociedade, diz: "Parar, olhar para cima e pensar no fato de que os espetáculos mais bonitos estão à vista é muito saudável".
A nuvem tem formato de rolo, como uma salsicha, e se move a 60 quilômetros por hora. Segundo o escritor, ela pode chegar à extensão da Grã-Bretanha.